Recordar o 25 de abril
«...Certa manhã de Primavera, junto com os outros meninos de calções, calcorreei o caminho da aldeia até à escola, sentei-me na habitual carteira de madeira, com tinteiro em loiça branca - tirei o caderno, os livros, o estojo com os meus lápis, as minhas canetas de cores brancas e pretas. A lareira estava apagada, o quadro negro estava apagado, estava o sorriso apagado em todos os professor estavam agrupados no pátio em torno de um pequeno rádio a pilhas. E de repente, nós todos de olhos esbugalhados nos vidros das janelas, a tentar perceber pelos rostos deles as notícias que davam na rádio. Não era o relato de um jogo, pois àquela hora da manhã não havia jogos de futebol, nem de hóquei-patins. Nem era dia de nossa Senhora de Fátima, porque estávamos apenas e ainda... a 25 de abril. Por certo Amália cantava o fado, mas não era razão para caras tão sombrias. Mas porque cabeça tem horror ao vazio, começamos todos a imaginar mil histórias. E na cabeça de meninos de 8 anos, é claro, mil h...