No mês em que completa 94 anos, Agustina Bessa-Luís é a nossa autora de outubro
Agustina Bessa-Luís nasceu em Vila-Meã,
Amarante, a 15 de outubro de 1922. O pai, oriundo de uma família de lavradores, partiu aos 12 anos de idade para o Brasil onde fez fortuna. Voltou
para Portugal e dedicou-se à gestão de empresas de espetáculos e jogo. A mãe tinha
origem espanhola. As contingências da vida do pai levaram a família a mudar por
diversas vezes de terra. Viveram em Gaia, no Porto, na Póvoa de Varzim, em
Águas Santas, em Bagunte, Vila do Conde e em Godim, no Douro, n a casa de
família da sua mãe. Mas seria a relação com a região duriense que viria a
marcar fortemente a obra da escritora.
Mostrou desde criança um grande gosto por escrever histórias e pela leitura, começando pelos livros da biblioteca do avô materno. Foi através destes livros que tomou contacto com alguns dos melhores escritores franceses e ingleses. Na juventude chegou a escrever dois romances com o pseudónimo de Maria Ordoñes.
Mostrou desde criança um grande gosto por escrever histórias e pela leitura, começando pelos livros da biblioteca do avô materno. Foi através destes livros que tomou contacto com alguns dos melhores escritores franceses e ingleses. Na juventude chegou a escrever dois romances com o pseudónimo de Maria Ordoñes.
Em 1945 casou com Alberto Luís, no Porto,
que conhecera através de um anúncio de jornal posto pela escritora procurando
pessoa culta com quem se corresponder. Alberto Luís era estudante de Direito em
Coimbra, onde ficaram a residir enquanto o marido acabava o curso, mudando-se
depois para o Porto, onde fixaram residência.
Estreou-se como romancista em 1948 com a
novela Mundo Fechado. É
em 1953, com o romance A
Sibila, ao qual foi atribuído o prémio Delfim Guimarães e o Prémio
Eça de Queiroz, no ano seguinte, que Agustina Bessa-Luís é reconhecida como uma
das vozes mais importantes na ficção portuguesa. Desde então manteve um ritmo
de publicação de uma obra por ano, pouco comum nas letras portuguesas.
Algumas das suas obras foram adaptadas ao
cinema nomeadamente com Manoel de Oliveira, com quem colaborou com assiduidade.
A primeira adaptação de Manoel de Oliveira de um romance de Agustina foi Francisca, inspirado em Fanny Owen (1980). Seguiram-se
Vale Abraão (1991/1992), O convento (1995), Party (1996), Inquietude
(1998), O princípio da incerteza
(2001) e O espelho mágico (2005). Em
2009 o cineasta João Botelho adaptou a obra A
Corte do Norte.
Tornou-se conhecida não só como
romancista, mas também como autora de peças de teatro, guiões para cinema,
biografias, ensaios e livros infantis, e a sua obra conta até ao momento com
mais de meia centena de títulos.
Agustina tem participado em numerosos
colóquios e encontros internacionais, e realizado conferências em universidades
um pouco por todo o mundo. Foi ainda membro do Conselho Diretivo da Comunitá
Europea degli Scrittori (1961-1962) e colaborou em várias publicações
periódicas, tendo sido entre 1986 e 1987 diretora do diário O Primeiro de Janeiro
(Porto). Assumiu a direção do Teatro Nacional de D. Maria II (Lisboa) e foi
membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social. É ainda membro da Academie
Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres (Paris) e da Academia
Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa (Classe de Letras). Tem
recebido diversos prémios, distinções e doutoramentos honoris causa.
Aceda aqui ao sítio do Círculo Literário Agustina Bessa-Luís e visite, na Biblioteca Escolar da sede de agrupamento, a exposição com as obras da autora.
Para saber mais sobre a escritora entre aqui. Para saber ainda mais, veja este documentário.
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